Avenida dos Sonhos, 1988

Escritos cômicos e cósmicos...

quarta-feira, julho 22, 2009

Keyword: Baseamento

Percebi que meu texto está muito rebuscado. Recebi um e-mail com não-sei-quantas regras para escrever bem e vi que VÁRIAS manias minhas estão incluídas naquilo que NÃO SE DEVE FAZER (por exemplo, colocar frases entre parenteses, mesmo que pareça necessário). No mesmo e-mail, enviado por um jornalista formado mas que não exerce a profissão, lia-se que ali estava a fórmula do bom jornalista, já que o diploma não é mais obrigatório. Uma verdade, pode-se dizer.
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Não sei se já foi postado aqui, mas numa de minhas recentes decisões de última hora tomadas por um ser humano NUNCA totalmente satisfeito, eu tranquei o curso de jornalismo na UNIP e iniciei o mesmo curso, desde o começo, na Metodista. Fui claro? Coeso? Enfim, muitos disseram "Ó, que besteira, o que vale no final é o DIPLOMA e as pessoas que você conhece no meio!"... Que coisa, não? O diploma não é mais a tônica, pelo menos no papel, para um jornalista ser classificado como apto à função.
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Alguns desistiram do curso, eu mesmo cogitei a idéia e meu pai, também jornalista, aconselhou-me a procurar outro segmento, "algo mais" na profissão. Mas não, não poderia, mais uma vez, deixar suspenso o meu planinho que é executado dentro daquilo que planejava. Sairei da Metodista como jornalista, quer queiram, quer não.
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O "vinagre" é testemunha das minhas indecisões constantes, e por isso eu sigo confiante na escolha. Jornalista formado, posso, ENTÃO, me aperfeiçoar em alguma coisa que me agrade mais pra frente. Estado de espírito ou não, a base jornalística fará diferença num mar de jovens tranquilos, que bem sabem escrever mas que não possuem experiência ou tato para lidar com uma redação, por exemplo. Claro que posso estar enganado, mas, de qualquer forma, quem tem o dom, o tem e pronto - e quem tem o dom e um diploma, será melhor cotado.
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Meu pai veio com o argumento que aqueles que não possuirem diploma receberão salários menores e que por isso corro o risco de ser "gabaritado demais" e não serei contratado. Mais uma vez, só posso seguir minha intuição... E qual será a minha opinião sobre a não obrigatoriedade do diploma? É ambígua. Por um lado, fico tranquilo por saber que, se nada der certo, tentarei a vida escrevendo para jornais de bairro - por outro, a qualidade da imprensa brasileira pode ser considerada duvidosa. Se não me engano, nos Estados Unidos, para ser jornalista, você tem de cursar alguma outra coisa ao mesmo tempo - psicologia, antropologia, etc e tal -, o que torna o ofício mais baseado em alguma coisa. Aqui não.
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Sem querer ofender ninguém, mas sendo realista, o sobrinho do vereador agora poderá trabalhar na rádio/tv/jornal/site sem nenhum empecilho. Aí é onde mora o maior de nossos problemas. Bola pra frente, mesmo sem Cristian e André Santos, que a vida continua.
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DICA: Revolution 909 no YouTube.

quinta-feira, julho 16, 2009

SPOILER: Decifrado o Enígma (mesmo que não pareça).

Visualmente impecável, longa erra por deixar espectadores no ar com um final insatisfatório
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Complicado, como sempre. Diferentemente do tom habitual das minhas críticas potterianas, começo com pesar. Não há como esconder o descontentamento com que encarei o final desse filme. Sou fã de HP desde sempre, e SEMPRE, pelo menos desde que comecei a acompanhar a série cinematográfica (a partir do terceiro), nunca tentei fazer comparações com os livros, algo impossível, mas inevitável para qualquer fã.
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Aceitamos (nós, fãs) praticamente calados as grandes diferenças entre os originais e suas adaptações, mas isso aconteceu pois o resultado final dos filmes era sempre positivo, era sempre um entretenimento que valia a pena até a última cena. Dessa vez não: como já dito num fórum que visitei, O Enigma do Príncipe é um fogo de artificio que subiu esplendidamente, soltou dois fracos lampejos no céu e caiu no chão para não se reerguer.
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Concordo que o clímax simples, obrigatório do longa, existe... Mas, sejamos sinceros, não esperávamos pelo simples. Merecíamos mais do que isso. Não me entendam mal, o filme em si é praticamente perfeito (técnicas, planos, até mesmo atuações dignas, mantendo o nível desde o terceiro e que melhorou muito a partir desse), mas não há como negar que com UM POUCO mais de consideração à história e aos fãs, que IRÃO AO CINEMA MESMO QUE OS PRODUTORES FAÇAM RELÍQUIAS DA MORTE COM O RABO (perdão), com certeza teríamos um final UM POUCO mais satisfatório.
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Mais uma vez, não me entendam mal: não esperava situações literalmente iguais às do livro, uma porque provavelmente não funcionariam na tela e outra porque o tempo não daria conta. Mas parece que inverteram os valores! Cenas de ação no começo e no meio do filme (que não existem), mesmo que bem feitas e coesas à situação, seriam de bom grado sacrificadas para dar lugar à fuga dos comensais da morte de Hogwarts, quase o fim do longa; o clima tenso entre Snape e Harry, o protagonista observando a luta dos indefesos alunos... Tudo isso tem um sentido! Tudo isso tem uma razão de ser! E não existe no filme! Eu duvido que qualquer um que tenha lido o livro não tenha guardado a cena da fuga e da pequena luta em sua memória, com um valor sentimental talvez maior até do que o "velório" do Dumbledore (outra cena importantíssima que ficou de fora).
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Há aquela velha desculpa de que no sétimo teremos outra luta em Hogwarts, teremos momentos mais decisivos por vir. Mas não basta, pelo menos pra mim. E eu sou fã dos livros, hein? Eu e mais alguns colegas tivemos de CONVENCER outros amigos a assistir ao filme pois eles não estavam com a mínima vontade e quase nos xingaram quando a projeção terminou. E não são "ignorantes" em cinema como se pode pensar, eles não tem aquela visão da maioria, onde Transformes 2 é o melhor filme de todos os tempos. Não. A reação foi a mesma em todos: "Mas, e o final do filme, CADÊ?!". Infinitamente superior, "O Labirinto do Fauno", que traz momentos fortes em ação, emoção em seus tons de terror e fantasia, foi citado como exemplo a ser seguido se Potter quiser algum dia figurar numa lista de longas-metragens a serem reverenciados. "Labirinto" não tem pirotecnias absurdas, não tem abertas esplêndidas, não teve um orçamento que chegasse aos pés de qualquer Potter, e consegue ser melhor que TODOS eles lançados até hoje.
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Ainda nessa linha de pensamento, sei que talvez a tentativa dos produtores seja, tardia e finalmente, tornar a série mais séria e para isso investir mais nos pequenos detalhes, nos diálogos mais bem construidos, nas atuações mais convincentes, etc. Mas a sequência que tanto senti falta trata justamente disso! É mais pessoal do que qualquer coisa, traz mais emoção do que o puro júbilo visual. Num filme de duas horas e meia há espaço para emoção e para espetáculos VISUAIS, ainda mais que o original provém tais sequências.
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Elogiar a produção? Isso é feito desde o primeiro longa! Elogiar a evolução dos atores, da direção, da fotografia, do roteiro é como chover no molhado. É óbvio ululante. E depois de seis filmes com acertos e erros consideráveis, me iludo com a idéia de que ainda teremos justiça, não no próximo, mas no derradeiro episódio. É o que me resta, como sempre. Esperar é o que o fã de HP faz desde que se conhece...
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P.S.: Com o tempo, vou começar a gostar do filme, falarei bem do mesmo e até trairei meus princípios. Mas não posso deixar de me indignar tão dignamente hoje. Quem vos escreve hoje é mais o fã do que o crítico, e por isso sou infinitamente mais fiel à obra em si do que a obra como um todo. Confuso? Eu também.

quarta-feira, julho 08, 2009

Disc Jockey


Baixei um programinha chamado Virtual DJ, um tanto quanto inútil nas atuais circunstâncias, mas válido pela diversão. Nele eu consigo montar pequenos sets (que são compilações músicais com diversas faixas, uma colada na outra, sem interrupção) que, mais para frente (talvez) eu e minha galera possamos dançar numa festinha particular qualquer. É compensador você saber que pode fazer com que seus amigos dancem com uma compilação de sua autoria, e me vem à cabeça qual deve ser a sensação de um DJ profissional. Taí, mais uma porta que se abre, bastando esforço e DINHEIRO!
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Tenho ouvido bastante música eletrônica. É incrível: pra quem há dois anos achava tudo igual e ruim, só posso dizer que estava terrivelmente enganado. Assim como no rock, a música eletrônica tem diversas vertentes e ramificações e cada uma delas tem sua marca registrada, sua característica básica. E (não sei se já foi dito aqui) existem as boas e as más composições. Muito (a maioria) do que toca na rádio ou que a "galera do mal" curte é de baixa qualidade, assim como os rocks que figuram nas MIX, 89 e Jovem Pan da vida.
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Há o preconceito, óbvio, mas eu pelo menos sou daqueles que escutam antes de dizer alguma coisa. Claro que não foi de um dia pro outro que virei e disse "Eletrônica é FODA!", mas fui me acostumando, treinando meus ouvidos. Hoje sei que cada música tem seu momento e depende muito de seu estado de espírito. Há pouco tempo, se você me chamasse para ir numa balada trash, sem dúvida nenhuma eu te acompanharia. Hoje não, prefiro uma casa onde o DJ bota na playlist os habituais rock 80's, indie, eletro e pop, pois é ao som disso que me divirto mais.
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Toda diversão é válida e só é necessário verificar a qualidade da mesma. Mas quem sou eu pra decidir o que é bom ou não? Só tenho meus gostos edificados pela sociedade pós-moderna como referência, e talvez estejam totalmente na contramão do que é bom para os críticos ou público em geral. Mas, diz aí, quem que ser classificado como "geral" hoje em dia?